domingo, 4 de março de 2012

Tempo.... Perdido?

Legião urbana sempre me trouxe muitas lembranças, eu procuro não ouvir, não revirar as folhas secas que já se assentaram e quase se deterioraram com o tempo. Hoje, involuntariamente, ouvi novamente Tempo Perdido, essa música, especificamente, me lembra muito a faculdade, quando embaixo de uma arvore ou em algum canto eu me via observando uma tempestade se formar e me lembrava "temos todo tempo do mundo", e não tinha uma frase daquela música que não me servia, que não me explicava ou que não me trazia de volta do sonho que a realidade me fez esquecer. E eu pensava: "daqui a alguns anos isso passa, vem a maturidade, vem as obrigações e as escolhas com suas consequências".
Hoje eu posso ver o quanto tantas coisas mudaram, mas em algum lugar ainda ficou aquele sentimento de inércia quanto a minha vida, aquele que faz com que a gente ache que nós não temos os freios e o acelerador do que estamos vivendo. E tudo é como um carro desgovernado, prestes a encontrar um poste e acabar com tudo ou prestes a encontrar o seu destino pra novamente seguir viagem. E nós realmente temos todo o tempo do mundo... No entanto tudo isso é coberto com um toque de ironia e crueldade, até porque quase sempre nós não sabemos o que fazer com ele.
"Não tenho medo do escuro, mas deixe as luzes acesas agora. O que foi escondido é o que se escondeu, e o que foi prometido ninguém prometeu, nem foi tempo perdido, somos tão jovens".


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

A vida ensina muita coisa pra gente, ela é aquela professora rabugenta que você odeia mas não consegue imaginar o que seria de você sem ela. e escolher faz parte dela. hoje, particularmente, eu descobri que tudo na vida se constitui de escolhas, e por mais que você analise, repense, por mais que você saiba que é o certo... sim... você tem que se conformar com todas essas pequenas decisões que mudam TUDO. porque senão, no fim a única que vai sobrar é o resto da sua vida pra se arrepender.

sábado, 22 de outubro de 2011

"Na partitura, não parecia nada de excepcional!
O início, simples quase infantil.
Apenas um pulsar, fagotes, trompas como um arcodeon enferrujado.
Até que, de repente alto acima de tudo, um oboé.
Uma nota única, fluindo, sem oscilar.
Até que um clarinete arrebata a melodia...
Harmonizando o conjunto com tal encanto!
Não se tratava de uma obra de um macaco de circo.
Mas sim uma música que eu jamais ouvira.
Carregada de tanta emoção, tanta inquietação.
Me parecia que estava ouvindo a própria voz de Deus."
(Amadeus - 1984)



quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O mal do século da modernidade

Quando eu era jovem o suficiente pra acreditar em contos de fadas lembro-me de ter ouvido dizer que o amor movia montanhas se quisesse, e então, como eu achava que me faltava juízo, eu acreditei. Só que o tempo passou, eu cresci, me vi inundada por um trabalho que me cansava, me vi rodeada de pessoas insanas, em um mundo mais insano ainda. Um mundo onde é gentil ofender, onde é engraçado desdenhar, um mundo rodeado de um falso sentimento de igualdade, de dignidade, e que esqueceu completamente o que significa compaixão, solidariedade, respeito e amor.

Esquecemos do primeiro beijo e das juras de amor que guardamos. Esquecemos do pedaço de papel que ficou no fundo do armário com a carta que fez do nosso coração o mais feliz possível e que também fez ele parar. Esquecemos do romantismo em nossas vidas, e não falo apenas daquele com nobres rapazes e lindas donzelas. Eu falo do romantismo de viver, de acordar de manhã e perceber como tudo a nossa volta faz parte de um pequeno milagre, o romantismo de perceber o quão sincero é o sorriso de uma criança e o quão puro é o seu coração, o romantismo de parar, no meio do dia, da correria e olhar o horizonte e perceber que o pôr-do-sol continua lindo, esperando, inquieto, para ser enfim apreciado.

As pessoas estão tão assombradas pelo mal do século que não enxerga um palmo a frente do seu próprio nariz, dos seus próprios desejos, das suas próprias fraquezas, restando apenas a elas se frustrarem e se condenarem a eterna solidão. O mundo agora é o deserto que todos cultivaram pra que as pessoas não possam se encontrar.

Então, eu me pergunto. Será que sou tola demais? Será que devo deixar de lado meus ideais, aprender a trapacear e a enganar? Então eu me isolo, e percebo que as pessoas imaginam o quão rabugento é o meu mundo, elas me olham como se eu fosse alguém desprezível, simplesmente porque eu ousei discordar da ideia de felicidade moderna. E eu penso: sou sim uma pobre infeliz, mas não sou cega e não sou tão infeliz quanto todos os outros. Eu sou romântica e eu acredito. E posso ser louca, mas de que vale viver se não for pra enlouquecer? Se não for pra amar do jeito certo, amar acima de todas as coisas, e, principalmente, todas as coisas. Assim, amar, mesmo que não seja eterno, mas como diria o poeta, que seja infinito (mesmo que por instantes) enquanto dure.

domingo, 3 de julho de 2011

Não há bem que dure pra sempre, nem mal que nunca acabe.

"Não posso viver sem você. Tentei e não consegui. Preciso de você.
Acha mesmo isto?
Quer que eu me divorcie de George?
Sim.
Mas você faria?
Qual é a graça?
Você.
Tenho medo. Ninguém foi tão feliz como sou agora.
Não pode durar, é como uma bolha... Que explodirá quando eu pegar o trem amanhã.
Aquele trem."
{Alice and Joe - Room at the top (1959)}